susan

tadinha que ela nunca foi beijada, isso não vale..
agora quem já não deu de cara com os julgadores, os bonitos, os corretos? é de arrepiar a espinha ver todo mundo certinho. a impressão que se tem é que algo num movimento contrário e muito forte vai acontecer. uma bomba vai explodir. os julgamentos acontecendo, nada passa desapercebido. detalhes, cabelos, unhas, gordurinhas, palavras são medidas o tempo todo. jesus, é muito chato! não há beleza, não há corpo que sobreviva a chatice, burrice, a falta de humor e doçura. nossa guerra para o ideal é perdida, sabemos o nosso fim, mas lutamos mesmo assim. porque no mundo dos humanos é uma bela arma que temos. nosso corpo, nossa saúde, bem estar. mas aí vai entrando sorrateiramente e sorrindo medrosa, a vaidade não escolhe idade e ataca docemente. sem perceber. seduz e não mata, fere. e a fraqueza da vaidade é a inveja. nada generosa, não julga sua vítima pelo seu caráter e trabalho ou pela sua natureza, não adianta nada, essa é a vitima e pronto. porque é alguém igual a outro alguém, poderia ser eu, ela pensa, por que não eu? porque você teve demais. porque ter demais é mérito dos deuses vivos nesse mundo miserável, mas não ter também é grave demais para nada ser mudado, construído ou destruído. o espaço deve ser preenchido, ou mudado de lugar, ou deixar de existir. a inveja não deixa de existir. o medo deixa de existir. tudo passa e somos todos iguais. sentimos tudo que o outro sente. não é? será que assim fica mais fácil pensar em generosidade então, já que somos tão iguais?