quando algo morre/nasce dentro da gente, muda tudo.
é como se a maré lá dentro mudasse de repente e as ondas crescessem e perdessem o rumo, a direção. é um susto que não passa, não se sabe se é bom ou ruim, não se sabe nada. pega de berada aonde não devia, engole o outro lado que nem se imaginava, e eu me pego arfando as vezes, laçando o ar como se ele fugisse de mim.
pororoca com deserto. é uma época em que falo menos.
a melhor saída foi a limpeza. separei as coisas mortas e tirei da minha casa, livrando-as de mim. e eu delas. só assim pude lhes dar a chance da vida outra vez. na pele de amigos, de gente que precisava, gente da bahia, de gente que não precisava mas eu quis dar mesmo assim.
isso só, já bastava, mas o esvaziamento da minha casa junto com o movimento profundo que isso provocou, me renovou. a poeira irritou a minha pele. a mudança me fez pensar nas coisas que ficaram, que estão vivas, e o que fazer com elas agora. pedaços de mim que eu sei aonde estão!
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
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